Assessores técnico-pedagógicos de Língua Portuguesa

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Diretoria de Ensino Fundamental

Este é um espaço especialmente destinado para os professores de Língua Portuguesa, da rede Municipal de São Vicente, para que possamos compartilhar conhecimentos e refletir sobre nossa prática docente.

21 de fevereiro de 2011

Sequência Didática - Crônica - parte I

 
Apresentação do gênero crônica
 Professor: apresente a imagem do deus Cronos da mitologia grega, em retroprojetor ou datashow e siga o roteiro de perguntas dirigidas à classe, crie outras conforme a ocasião, a fim de investigar com os alunos a semelhança entre o nome do gênero CRÔNICA  e o nome do deus Cronos. Coloque as respostas na lousa para que os alunos visualizem as informações no final da conversa.


1.      Cronologia – cronológico – cronômetro – cronometrar
O que essas palavras têm em comum?
Essas palavras têm em comum a origem grega. Todas se originam de chronos, que significa tempo. Cronologia é o tratado das datas históricas. Cronológico é relativo à cronologia. Cronômetro é um instrumento que mede intervalos de tempo. Cronometrar é registrar com cronômetro.

2.      E crônica? O que é uma crônica? Qual é a sua relação com essas palavras?
Espera-se que o aluno estabeleça a relação entre o conceito de tempo e a crônica, como um registro de fatos em ordem cronológica.

3.      Você já leu alguma crônica? Foi em jornal livro ou site?
Resposta pessoal.

4.      Você conhece alguns cronistas? Quais?
Alguns cronistas famosos: Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Carlos Heitor Cony, Nelson Rodrigues, Walcyr Carrasco, Clarice Lispector, Luis Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Lourenço Diaféria, etc.

APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO
Professor, a apresentação da situação tem como intuito apresentar ao aluno o projeto que será executado nessa sequência, que é a produção de uma crônica, a produção final.

1)      Discuta com seu professor e colegas.
Professor, o objetivo desse exercício é que os alunos compreendam a situação de comunicação na qual devem agir. Compreenderem que a partir de uma conversa, um assunto cotidiano, eles conseguirão desenvolver uma crônica.

Qual o esporte vem à sua cabeça quando se pensa no Brasil? Basquete? Vôlei? Ou futebol? Bem, talvez você possa pensar diferente, mas para grande parte dos brasileiros, o futebol é o primeiro. Não se sabe ao certo o porquê, talvez ele crie certo espírito de equipe entre diferentes pessoas ou é um esporte barato, com uma simples latinha já dá para fazer uma “pelada”.

·         E você? Você é apaixonado por futebol?
·         Torce para algum time? Qual?
·         Na sua opinião, por que é um esporte tão querido pelos brasileiros?

2)      O texto a seguir, fala sobre uma personagem muito importante do futebol, mas que nem sempre é citada: a bola. Veja o que Luis Fernando Veríssimo escreveu sobre ela.
Professor, esse texto é um exemplo do que visa-se como produção final dessa sequência didática.

A bola nova

            Essa bola amarela, não sei não. Antigamente, as bolas de futebol tinham a cor do couro com que eram feitas. Pintadas de branco, só em jogo noturno. Lembro do meu espanto ao saber que, em cada jogo oficial de campeonato usavam uma bola nova, o que me levava a sonhar com montes de bolas estocadas em algum lugar. Uma visão do paraíso. E era uma bola por partida, substituída, com autorização do juiz, apenas em caso de perda de esferecidade, o nome científico de murchamento. Isto significava que, quando a bola espirrava para fora do campo, era devolvida pelo público para que o jogo pudesse continuar. A bola era devolvida pelo público! Talvez nada na nossa história recente tenha a importância simbólica desse fato: no tempo da Número 5 cor de couro, a torcida devolvia a bola. Se a bola demorasse a voltar para o campo havia manifestações de impaciência e quem a retivesse – só por farra, ninguém era ladrão – era hostilizado pelos outros torcedores. Não se sabe se a torcida passou a ficar com a bola quando começaram a usar várias por partida ou se foi algo na nossa alma que mudou. Há quem atribua a uma reversão dos polos magnéticos da Terra lá pelos anos 40 e 50 a deterioração do caráter do brasileiro. Não sei. Seja como for, uma das primeiras manifestações foi não devolverem mais a bola.
            Ela era branca só em jogo noturno porque ajudava a visibilidade, até se darem conta de que o branco também favoreceria a visibilidade de dia, pois seu contraste com o verde do gramado era maior do que o do marrom. Agora houve um retrocesso. A cor da nova bola não é marrom, é amarelo cocô-de-criança. Os goleiros estão se queixando de que ela é mais difícil de pegar, mas talvez estejam só com nojo. O contraste com o verde decididamente piorou. Não demora aparecer uma teoria conspiratória alegando que a troca foi para atrapalhar o Brasil na Copa deste ano. Um reconhecimento de que o Brasil era imbatível com a bola antiga, o campeão definitivo da bola branca. Como todos estranharão a bola nova da mesma maneira, estaria começando outra era com tudo reequilibrado, e com chance até para Trinidad e Tobago.
            Além da bola, o Brasil precisará se preocupar com a soberba. O clima nacional está um pouco como o de 82, lembra? Aquele time que foi pra Copa da Espanha, com Falcão, Cerezzo, Sócrates, Zico, Éder, também não podia perder pra ninguém, com qualquer bola. Nos anais da FIFA não consta, mas quem ganhou aquela Copa foi a Soberba. Vai ser nosso principal inimigo na Alemanha.

Veríssimo, Luis Fernando. A bola nova. Gazeta do povo, Curitiba, 22 jan. 2006. Caderno Opinião, p.15.

O texto que você acabou de ler é uma crônica. As crônicas são textos originalmente escritos para o jornal, mas se diferenciam dos outros textos porque os autores utilizam um assunto do cotidiano para fazer uma reflexão sobre as atitudes e o comportamento das pessoas.

 PRODUÇÃO INICIAL

Professor, neste momento, pedir aos alunos que fiquem e silêncio e pensem sobre a proposta da produção.

Proposta de Produção

·         Lembre-se dos lugares que você frequenta, nas pessoas que você conhece, nos assuntos mais comentados do momento que mais chama sua atenção.
·         Compartilhe com a sala o que você pensou.

Professor, anotar na lousa os fatos lembrados.

· Escolha um dos fatos da lousa e crie uma narrativa de 15 -25 linhas.

Professor, a partir de agora, auxiliar os alunos com a proposta de produção inicial. Não deixar de lembrá-los sobre os seguintes critérios antes da produção:

  • O gênero a ser abordado será a crônica.
  • A quem se dirige a sua produção?
  • Que forma assumirá a sua produção? (revista, jornal, coletânea)
  • Quem participará da produção? (individualmente, em grupos)

  • Antes de escrever a sua crônica, faça o esquema a seguir:

a)      A quem se dirige a sua produção?

________________________________________________________________________________________________________________________________


b)      Que forma assumirá a sua produção?
________________________________________________________________________________________________________________________________
c)      Quem participará da produção?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Professor, a partir da primeira produção, você terá todos os dados necessários para planejar as intervenções necessárias no desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos que, aprimorando-se dos instrumentos de linguagens próprios do gênero, estarão mais preparados para realiza a produção final.

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