Assessores técnico-pedagógicos de Língua Portuguesa

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida." John_Dewey



Caros professores, caso vocês tenham sugestões, ideias e atividades que queiram compartilhar com a rede, enviem para este email - linguaportuguesa.sv@gmail.com

Diretoria de Ensino Fundamental

Este é um espaço especialmente destinado para os professores de Língua Portuguesa, da rede Municipal de São Vicente, para que possamos compartilhar conhecimentos e refletir sobre nossa prática docente.

1 de dezembro de 2012

Por falar em estilo...

Vamos à Estilística!

Ela é o estilo da língua falada de cada indivíduo;

o resultado de escolha dos meios de expressão realizada pelo falante, ligando-o às suas intenções;
os sentimentos e as emoções são presenças marcantes da estilística.

Vamos ao estudo com textos?

Leia os textos a seguir e observe o jogo que pode ser proposto para uma aula com a utilização deles.



Palavra
As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido. Nada é mais fúnebre do que a palavra fúnebre. Nada é mais amarelo do que o amarelo-palavra. Nada é mais concreto do que as letras c, o, n, c, r, e, t, o, dispostas nessa ordem e ditas dessa forma, assim, concreto, e já se disse tudo, pois as palavras agem, sentem e falam por elas próprias. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre.
A palavra palavra diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito e pronto. As palavras são sinceras, as segundas intenções são sempre das pessoas. A palavra juro não mente. A palavra mando não rouba. A palavra cor não destoa. A palavra sou não vira casaca.

A palavra liberdade não se prende. A palavra amor não se acaba. A palavra idéia não muda.  Palavras nunca mudam de idéia. Palavras sempre sabem o que querem. Quero não será desisto. Sim jamais será não. Árvore não será madeira. Lagarta não será borboleta. Felicidade não será traição. Tesão nunca será amizade. Sexta-feira não vira sábado nem depois da meia-noite. Noite nunca vai ser manhã. Um não serão dois em tempo algum. Dois não será solidão. Dor não será constantemente. Semente nunca será flor. As palavras também têm raízes mas não se parecem com plantas, a não ser algumas delas, verde, caule, folha, gota. As células das palavras são as letras. Algumas são mais importantes do que as outras. As consoantes são um tanto insolentes. Roubam as vogais para construírem sílabas e obrigam a língua a dançar dentro. da boca. A boca abre ou fecha quando a vogal manda. As palavras fechadas nem sempre são mais tímidas. A palavra sem-vergonha está aí de prova. Prova é uma palavra difícil. Porta é uma palavra que fecha. Janela é uma palavra que abre. Entreaberto é uma palavra que vaza. Vigésimo é uma palavra bem alta. Carinho é uma palavra que falta. Miséria é uma palavra que sobra. A palavra óculos é séria. Cambalhota é uma palavra engraçada. A palavra lágrima é triste. A palavra catástrofe é trágica. A palavra súbito é rápida. Demoradamente é uma palavra lenta. Espelho é uma palavra prata. Ótimo é uma palavra ótima. Queijo é uma palavra rato. Rato é uma palavra rua. Existem palavras frias como mármore. Existem palavras quentes como sangue. Existem palavras mangue, caranguejo. Existem palavras lusas, Alentejo. Existem palavras itálicas, ciao. Existem palavras grandes, anticonstitucional. Existem palavras pequenas, microscópico, minúsculo, molécula, partícula, quinhão, grão, covardia. Existem palavras dia, feijoada, praia, boné, guarda-sol. Existem palavras bonitas, madrugada. Existem palavras complicadas, enigma, trigonometria, adolescente, casal. Existem palavras mágicas, shazam, abracadabra, pirlimpimpim, sim e não. Existem palavras que dispensam imagens, nunca, vazio, nada, escuridão. Existem palavras sozinhas, eu, um, apenas, sertão. Existem palavras plurais, mais, muito, coletivo, milhão. Existem palavras que são palavrão. Existem palavras pesadas, chumbo, elefante, tonelada. Existem palavras doces, goiabada, marshmallow, quindim, bombom. Existem palavras que andam, automóvel. Existem palavras imóveis, montanha. Existem palavras cariocas, Corcovado. Existem palavras completas, elas todas.

Toda palavra tem a cara do seu significado.
A palavra pela palavra tirando o seu significado fica estranha. Palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra não diz nada, é só letra e som.

Falcão, Adriana. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003, p.108-10.

Observe, agora, um outro texto que aborda a mesma temática, porém com outro estilo.

Sonho de uma flauta - O Teatro Mágico

Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz
Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa
Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá
A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração
A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes é doce não
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito
Hum e o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareco meu pai
Nem pareco com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Mas a incerteza traz inspiração
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem a sede que morre no ceio
Nota que fermata quando desafino
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais...




Proposta de Atividade


  1. Apresentar os dois textos para a turma e realizar a leitura em conjunto. A canção pode ser escutada no aparelho de som;
  2. Discutir com os alunos o tema apresentado pelos textos e o estilo que cada um apresenta;
  3. Observar o gênero textual predominante e a sua função;
  4. Distribuir um pedaço de papel sulfite com cores diferentes para cada aluno;
  5. Pedir que cada aluno escreva uma palavra que tenha um significado importante para si e o sentimento que ela expressa;
  6. Pedir a todos que dobrem seus papéis e troquem com os colegas enquanto toca a canção; (os papeis se misturarão entre os alunos)
  7. Ao parar a canção, cada aluno deve permanecer com o papel que tem em mãos;
  8. Pouco a pouco, cada um deve ler a palavra e o sentimento expresso por ela e o restante da classe deve tentar adivinhar quem é o autor da palavra.
Ao fim, o professor deve destacar que os acertos do jogo (e também os erros) se deram pelo estilo de cada um, pela forma com que cada um tem para se expressar e a estilística que cada falante da língua carrega, que é percebida pelos demais.




1 de novembro de 2012

Diálogo entre textos

Ao trabalhar intertextualidade, muitas são as formas de abordar esse assunto e vários são os textos que podem servir de objeto de estudo.

A atividade proposta a seguir visa trabalhar o diálogo existente entre dois ou mais textos, de forma que haja  relação entre eles. 

O primeiro e o segundo texto aqui propostos são exemplos de como um tema do cotidiano pode ter tratamento poético e compor um gênero literário.

Vejamos os textos:



Poema tirado de uma notícia de jornal - Manuel Bandeira

João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia
[num barraco sem-número]
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.


Notícia de jornal - Chico Buarque de Holanda

Tentou contra a existência num humilde barracão
Joana de tal por causa de um tal João
Depois de medicada retirou-se pro seu lar
Ai a noticia carece de exatidão
O lar não existe mais
Ninguém volta o que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose, errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou, ninguém morou
Na dor que era o seu mal
A dor que não sai no jornal

Disponível em http://www.letras.com.br/#!chico-buarque/noticia-de-jornal



Já vimos que a situação sociocomunicativa é que define um gênero textual: os objetivos comunicativos são o critério maior adotados para organizar as ideias em um texto.
Assim como as poesias, as canções adquirem a mesma estrutura textual, com funções sociocomunicativas bem relativas.

Observemos, agora, uma canção que dialoga com o assunto proposto pelos textos anteriores. A música trata do tema trabalho, a vida sofrida do trabalhador, assim como a vida do João Gostoso ou da Joana.


Leia-a, a seguir:



Trabalhador – Seu Jorge

Está na luta, no corre-corre, no dia-a-dia
Marmita é fria mas se precisa ir trabalhar
Essa rotina em toda firma começa às sete da manhã
Patrão reclama e manda embora quem atrasar

Trabalhador...
Trabalhador brasileiro
Dentista, frentista, polícia, bombeiro
Trabalhador brasileiro
Tem gari por aí que é formado engenheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador...

E sem dinheiro vai dar um jeito
Vai pro serviço
É compromisso, vai ter problema se ele faltar
Salário é pouco não dá pra nada
Desempregado também não dá
E desse jeito a vida segue sem melhorar

Trabalhador...
Trabalhador brasileiro
Garçom, garçonete, jurista, pedreiro
Trabalhador brasileiro
Trabalha igual burro e não ganha dinheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador...


Disponível em http://www.vagalume.com.br 




Proposta de atividade


  • Leitura conjunta dos três textos em análise;
A leitura das poesias pode ser dramatizada e a canção pode ser tocada no aparelho de som.
  • Apresentação das características individuais dos textos;
Análise do narrador, personagens presentes na narrativa, presença de tempo e espaço, ideia central do texto, entre outros pontos considerados relevantes.
  • Análise dos gêneros textuais;
Observar a estrutura dos textos e perceber a qual gênero pertence.
  • Assunto dos textos;
Verificar que os dois primeiros textos dialogam por meio do jogo de gêneros: ambos são uma poesia tiradas de uma notícia de jornal. 
  • Jogo dos gêneros;
Distribuir para a sala algumas manchetes jornalísticas de assuntos variados, por exemplo:

Ronco forte aumenta chance de câncer

Horário em que se come pode influenciar ganho de peso

Médicos de Natal denunciam falta de vagas para bebês em UTIs

Metroviários fazem paralização e deixam 180 mil sem o serviço em RS

  • Produção poética
Com base nas manchetes jornalísticas escolhidas por cada um, produzir uma poesia que aborde o assunto proposto na manchete. 

12 de outubro de 2012

Feliz Dia dos Professores


Ser transmissor de verdades,
De inverdades...
Ser cultivador de amor,
De amizades.
Ser convicto de acertos,
De erros.
Ser construtor de seres,
De vidas.
Ser edificador.
Movido por impulsos, por razão, por emoção.
De sentimentos profundos,
Que carrega no peito o orgulho de educar.
Que armazena o conhecer,
Que guarda no coração, o pesar
De valores essenciais
Para a felicidade dos “seus”.
Ser conquistador de almas.
Ser lutador,
Que enfrenta agruras,
Mas prossegue, vai adiante realizando sonhos,
Buscando se auto-realizar,
Atingir sua plenitude humana.
Possuidor de potencialidades.
Da fraqueza, sempre surge a força
Fazendo-o guerreiro.
Ser de incalculável sabedoria,
Pois “o valor da sabedoria é melhor que o de rubis”.
É...
Esse é o valor de ser educador.


Veja mais mensagens em http://www.belasmensagens.com.br/professores/o-valor-de-ser-educador-565.html#ixzz28Rqc6Jvv

5 de outubro de 2012

Gênero - Conto de Mistério

Material necessário - Cópias do texto Conto de Mistério, de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto). 
- Vários exemplares de livros de contos de mistério. 
- Filme de mistério para ser assistido em classe. 
- Caderno para produção de texto, em suas várias fases ou versões. 
- Retroprojetor, monitor de computador ou lousa para reflexão e refacção de textos de forma coletiva. 
- Mural ou varal para exposição dos textos dos alunos. 
- Materiais diversos para montagem da sala de contação de histórias de mistério. 
- Sala com cenografia para contação das histórias de mistério e suspense. 

Desenvolvimento das atividades 1ª aula Converse com os alunos sobre contos, histórias e filmes de mistério. Procure levantar com eles que elementos existem nesses gêneros. Anote o que disserem na lousa ou em uma folha de papel pardo, que ficará exposta na classe, durante todas as aulas. 

Em seguida leia o Conto de mistério, de Stanislaw Ponte Preta, até o trecho Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. , portanto, não leia o desfecho. 

Utilize a técnica de predição de leitura, pergunte-lhes o que o personagem teria ido buscar naquele lugar. Anote na lousa as ideias e sempre questione a coerência destas com os elementos desenvolvidos no texto até ali. 

Na sequência, entregue-lhes o texto impresso e deixe que descubram do que se tratava. Surgirão perguntas sobre o porquê do mistério ser um quilo de feijão. Levante com eles, o que poderia estar acontecendo para o personagem ter passado por tanto suspense para obter aquele simples quilo de feijão. Compare com outros produtos escassos e a dificuldade para obtê-los etc. Por fim, avalie com eles quem chegou mais próximo do desfecho ou se algum aluno descobriu o mistério. Não se esqueça de salientar que a novidade, o elemento surpresa, estava justamente no inesperado- elemento típico dos contos de mistério. 

Proponha que leiam para seus pais e amigos em casa, mantendo o mesmo procedimento, sem o desfecho, para que possam saborear com outras pessoas o que sentiram em classe. Assim, também, estarão trabalhando sua leitura em voz alta, que é um dos objetivos da leitura. 

2ª e 3ª aulas Faça uma avaliação das opiniões dos ouvintes de casa. Compare com eles se estas coincidiram com as de seus colegas de classe. Sempre aparece uma ou outra novidade, o que enriquece o campo das ideias. 

Retome o texto e comece a destacar com eles os elementos linguísticos que construíram o mistério no conto. Destaque as descrições, para isso levante os adjetivos especiais, soturnos, que foram usados para caracterizar as personagens e os objetos em cena; saliente os advérbios de modo e as descrições das ações onde foram usados períodos curtos, quase sempre orações coordenadas; repare também a quase ausência de diálogos e o emprego dos verbos no pretérito (perfeito, imperfeito). 

Faça um inventário do léxico pertinente a esse tipo de texto (substantivos: crime, pistas, álibi, suspeitos, vítimas, acusados, cúmplices, prisão, condenação, sequestro, rapto de alguns verbos, advérbios; adjetivos) , facilitando-lhes a aquisição de repertório. Registre todas as sugestões e as deixe expostas no papel pardo na classe. 

Na sequência, comece a trabalhar os elementos e a estrutura do conto: 

Uma narrativa deve elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento

A estrutura de um conto pode ser a seguinte:
Uma situação inicial onde se expõe o assunto, o lugar ou a ação que vai acontecer. A complicação ou o problema que vai se apresentando gradativamente. O clímax que a complicação elevada ao máximo de suspense. E o desfecho que soluciona ou tenta solucionar o problema.

Proponha que delimitem (na medida do possível, pois nem todos os contos seguem rigorosamente a mesma estrutura) tais elementos linguísticos e de estrutura da narrativa no conto lido. Esse procedimento é importantíssimo para que vivenciem realmente, na prática de leitura, os elementos essenciais a esse gênero.

Lembre a eles os dois tipos de foco narrativo (narradores) que costumam fazer parte dos contos de mistério: em primeira pessoa (narrador personagem ou participante da ação) e narrador em terceira pessoa (observador ou onisciente: que tudo viu, tudo sabe e expõe pensamentos e sentimentos das personagens).

Para casa, peça que leiam um conto de mistério para comentar na aula seguinte. Sugira alguns, se possível imprima outros e socialize entre eles; se não for possível fazê-lo em casa, que se faça em classe.

4ª e 5ª aulas  A discussão hoje será sobre como criar o suspense - A partir das leituras feitas em casa, levante formas de suspense encontradas nas leituras. Haverá histórias de crimes, de roubos, de fatos estranhos, de aventuras extraterrestres etc. Converse sobre o nível de suspense de cada um desses textos e como foi conseguido.
Depois registre isso na lousa, enquanto os alunos o farão em seus cadernos:

Como criar o suspense?
Crie frases que sugiram apenas, provoque no leitor a vontade de querer saber o que vai acontecer depois.

Dê margem a se pensar em vários suspeitos, com vários fatos combinados com ações que despistem o leitor. Trabalhe com muitas pistas: umas falsas e outras verdadeiras.
Use palavras, vocabulário específico para criar suspense: adjetivos expressivos, exagerados; advérbios de modo, de lugar, de tempo que acrescentem circunstâncias especiais às ações.
Trabalhe com verbos no pretérito (perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeiro)
Use as palavras- chave com frequência e ênfase.
Esconda do leitor determinados detalhes.
Crie um desfecho inusitado, surpreendente.

6ª e 7ª aulas Proponha que eles escrevam contos de mistério para publicar.
Nesse momento é preciso discutir dois determinantes: público e formato.

Peça que escolham para quem irão escrever, o formato de seus textos e o suporte onde serão publicados.

Sugira:
Para quem você irá escrever seu texto: para uma revista dirigida ao público jovem, para o jornal da escola, para um painel no pátio da escola para a seção literária de uma revista, para um concurso de contos, para uma antologia de contos de mistério, para ser lido para uma platéia, para ser editado com ilustrações em um livro.

Em que formato você irá escrever: em folha sulfite, em colunas, como texto de jornal e revista, em folha bem grande para um painel, seu texto será interrompido por ilustrações de cenas ou outros. Peça que tomem essas decisões porque delas dependerá o produto final: o conto de mistério. Em seguida faça exercícios com o caráter de oficina de contos. Pode trazê-los em lâminas para retroprojetor, ou em arquivos para usarem os computadores, ou impressos.  
Reescreva o texto
Completeas lacunas com as palavras ou expressões do quadro, acrescentando emoções e sentimentos a ele.

Foi uma cena ......................... Entramos no quintal vagarosamente e para não espantar nem uma nem outra, mas ficamos ...................... Desmentindo o dito popular 'vivem como cão e gato', a visão era ........................... Dentro da casinha, deitadas estavam a ........................ dobermann preta, de dentes afiados, espalhada no chão e a gatinha vira-lata toda branquinha com sua orelha cinza .................., mamando em uma das tetas da outra, como filhote. Não se mexiam, como em um ..................... espetáculo a não ser modificado. Restou-nos ficar ali ..........................., contemplando aquele ................... momento de satisfação.


raro- de muita delicadeza- extasiados- inesquecível- temida- maravilhados- inconfundível- magnífico
Reescreva o texto

Substitua os espaços pelos advérbios ou locuções abaixo para expressar um clima de suspense.

Era ......................, vinha caminhando para casa, .................................., chovia uma garoa fina e gelada. ...................................., olhei para o lado esquerdo e vi ..................., algo me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de lixo. ......................, ...................., ........................................, fui me aproximando ..................................., para não ser surpreendido.
E se fosse um bicho estranho que .................................. avançasse sobre mim?


perto da praça vazia- repentinamente - lentamente - sem fazer barulho - sorrateiramente- junto a um orelhão- rente às paredes dos prédios- muito tarde- sem pressa
8ª aula e 9ª aulas Escolha um bom filme de suspense e assista com os alunos. (os que foram baseados nas obras de Agatha Christie são bons para retomar os elementos dos contos de mistério).
Ao final, promova uma discussão a respeito dos elementos de uma história de mistério presentes no roteiro, nomes de personagens, espaços cênicos, cores etc.

10ª aula Proponha que escrevam o conto de mistério a partir do que foi planejado: 
Dicas
- Escreva seu texto a partir do que você planejou.
- Você já deve ter escolhido o público para o qual irá escrever.
- Considere esse público na hora de elaborar seu texto.
- Não se esqueça da estrutura do conto.
- Procure usar palavras para criar emoção e suspense como as usadas na oficina.
- Dê um título ao seu texto.
 
 9ª e 10ª aulas Edição de texto - Sentados em quartetos, os alunos lerão os contos de seus colegas. Após fazerem isso registrarão sua avaliação em uma pequena ficha que será entregue ao autor. Nela estarão registrados alguns aspectos e inclusive sugestões para melhorar a edição dos textos.

Essa atividade também pode ser feita em Word e com cada aluno ou dupla em um computador.
Modelo de ficha de avaliação
Foi muito suficiente pouco (ou nada)?
O texto apresentou a estrutura de um conto?
Narrou o fato, quando aconteceu, com quem aconteceu e como aconteceu?
Você acha que ele conseguiu criar emoção, suspense?
Usou para isso os adjetivos nas descrições, verbos e advérbios adequados?

Sugestões ao autor:
Nome do leitor:
 O professor deve acompanhar essa atividade andando pelas carteiras, auxiliando nas avaliações, contemporizando falas e sugestões. Lembre a eles a questão do público a quem se destinam os textos e em que formato cada um vai ser editado.

Como tarefa de casa , peça que façam a revisão de seus contos, usando para isso as tabelas de avaliação e as sugestões dos leitores. Nesse momento os autores já serão capazes de formular novos objetivos para o processo de construção.

Nessa revisão deverão proceder às seguintes operações: avaliar o planejado e ajustá-lo de imediato; modificar o texto escrito em dois aspectos avaliando o resultado em função dos objetivos (público, formato), e avaliação da coerência do conteúdo, em função do esquema textual. Por fim revisão e correção de acordo com os resultados dessa avaliação. 


4 de setembro de 2012

Gênero - Bula de remédio - parte II



Balas para Crescimento

INFORMAÇÕES AO PACIENTE: Este medicamento deve ser mantido ao alcance de crianças, adultos e idosos para ser usado sempre que necessário.

APRESENTAÇÃO: Pacote com 50 balas coloridas.
COMPOSIÇÃO: Cada bala contém ingredientes em grandes dosagens.
Amizade........................................mg de verdade
Amor..............................................mg incondicional
Beleza.............................................mg do coração
Esperança......................................mg de determinação
Fé....................................................mg da alma
Fraternidade.................................mg de compaixão
Humildade....................................mg de simplicidade
Companheirismo..........................mg de boas atitudes
Outras virtudes............................mg sem limites
INDICAÇÕES:
Bala rosa – traz para você a simpatia das pessoas à sua volta.
Bala branca – acalma a agitação e garante a paz.
Bala vermelha – combate o desânimo.
Bala verde – é vacina para quem estiver aborrecido e magoado.
Bala amarela – ajuda a pensar na solução de problemas.
Bala azul – acalma, reforça o bem-estar e o sossego.

CONTRA INDICAÇÕES: Pessoas egoístas e mesquinhas que não se dão a oportunidade de mudar.

REAÇÕES ADVERSAS: Pode causar dependência. Durante o tratamento, o paciente poderá apresentar sintomas de bem-estar e verificar que está se tornando uma pessoa melhor.

POSOLOGIA: Crianças, ingerir uma bala diferente uma vez por dia. Adultos, ingerir todas as balas duas vezes por dia.

VALIDADE: Agora e sempre.

1. Esse tipo de texto serve para:
a) (     ) instruir e informar.                                                         
b) (     ) instruir e divertir.
c) (     ) instruir e partilhar um sentimento.
d) (     ) instruir e divulgar algo.

2. No texto, a palavra COMPOSIÇÃO indica:
a) (     ) as situações contra indicadas no medicamento.
b) (     ) os componentes que fazem falta ao homem.
c) (     ) os elementos que formam o medicamento.
d) (     ) os produtos que causam aborrecimentos.

3. Quem pode usar esse medicamento?
a) (     ) Pessoas egoístas e mesquinhas.
b) (     ) Todas as pessoas.
c) (     ) Pessoas que não se dão a oportunidade de mudar.
d) (     ) Pessoas que querem viver melhor.

4. Como os adultos devem tomar essa medicação?

5. “Bala rosa – traz para você a simpatia das pessoas à sua volta”. Nessa frase, as palavras em destaque indicam:

a) (     ) 1º pessoa.
b) (     ) 2ª pessoa.
c) (     ) 3ª Pessoa.

3 de setembro de 2012

Gênero - Bula de remédio - parte I


Estratégias e recursos da aula
ATIVIDADE 01
Pesquisando a bula de remédio
Inicie a presente aula sugerindo uma pesquisa individual, por parte dos alunos, acerca do gênero bula. Eles deverão pesquisar os seguintes pontos:
  • qual é o significado da palavra "bula"?
  • o que é uma bula de remédio?
  • qual é a função desse texto?
  • para quais tipos de medicamentos a bula é exigida?
Peça, ainda, que pesquisem, perguntando a parentes e familiares, se os mesmos têm o costume de consultar a bula ao adquirir um dado medicamento. Eles deverão fazer anotações no caderno para que as mesmas sejam socializadas.
Posteriormente, organize os alunos em 4 grupos e peça que os mesmos apresentem, de forma sucinta, as respostas e informações que emergiram das pesquisas.
ATIVIDADE 02
A estrutura da bula
http://parazinet.wordpress.com/2009/09/14/fim-das-letras-miudas/      Acessado em: 09 de nov. 2010. 
Após a apresentação da atividade anterior, proponha que cada aluno traga de casa uma bula de remédio. Esse documento é de fácil acesso. No entanto, se preferir, poderá indicar aos alunos um site que contém as bulas de todos os medicamentos registrados:
Os alunos deverão ler as informações contidas na bula escolhida e preparar uma apresentação que discorra acerca dos seguintes pontos:
  • qual é o nome do medicamento?
  • qual a composição química do mesmo?
  • quais são os ingredientes?
  • quais são as dosagens indicadas?
  • quais são as principais informações dadas ao paciente?
  • quais cuidados de armazenamento são indicados?
  • o que representam as informações técnicas e os dados farmacológicos sobre o medicamento?
  • o que seria a farmacocinética?
  • quais são as indicações e contra-indicações do medicamento?
  • que precauções que devem ser tomadas pelo paciente, durante o uso do medicamento?
  • quais são as implicaturas da utilização desse medicamento em gestantes e lactantes?
  • quais são as possíveis interações medicamentosas?
  • quais são as possíveis reações adversas do medicamento?
  • qual a posologia?
  • quais são os riscos da superdosagem?
Dê alguns dias para que os alunos preparem essa atividade, uma vez que são muitas informações acerca do medicamento e da bula. Repare que os pontos incitam os alunos a pesquisarem, por exemplo, o que é "posologia" ou "superdosagem". Durante a preparação da apresentação, o aluno deverá pesquisar (com os pais, parentes, internet) o que representa cada uma das "partes" da bula.
Como as apresentações serão individuais, selecione alguns dos pontos para que sejam apresentados. Você poderá optar por uma metodologia em que todos os alunos apresentem seu trabalho completo, no entanto isso poderá levar um pouco de tempo.
O essencial é que todos os alunos compreendam que tipo de informações se fazem presentes na gênero bula.
ATIVIDADE 03
A bula e suas implicações sociais
Para a presente atividade, organize os alunos em 3 grupos. Cada um será responsável por preparar uma apresentação, por meio de cartazes acerca de um dos seguintes pontos:
  • o tamanho das letras/fontes das bulas: problemas e possíveis soluções;
  • a utilização de vocabulário excessivamente técnico nas bulas: problemas e possíveis soluções;
  • a amplitude das possíveis reações adversas nas bulas: para que as indústrias as colocam?.
Peça que os alunos utilizem exemplos das bulas que usam nas apresentações da atividade anterior.
Dê alguns dias para que eles preparem essa atividade.
Cada grupo deverá apresentar em cerca de 10 minutos. Ao final das apresentações, permita que os alunos dos demais grupos façam perguntas/questionamentos aos apresentadores.
ATIVIDADE 04
Produzindo uma bula
Os alunos já conhecem uma bula, sua estrutura textual, bem como sua função na sociedade.
Agora proponha que, individualmente, eles produzam um texto que se adeque a esse gênero. É interessante que você indique a criação de uma medicamento fictício ou até mesmo uma bula "poética" que fale, na mesma estrutura do gênero, de amor ou de amizade. O essencial é que o texto possa, pela sua estrutura e características das informações, se adequar ao gênero bula.
Após as produções, promova uma rodada de leitura dos textos. Se possível, organize cartazes com tais textos e cole-os nos corredores da escola.

Recursos Complementares
Texto " Bulas de remédio terão letras maiores e perguntas e respostas"
Avaliação
A partir das atividades empreendidas, os alunos deverão ser avaliados nos seguintes aspectos:
  • desenvolvimento da pesquisa acerca do gênero bula de remédio;
  • compreensão das características estruturais do gênero;
  • reconhecimento da função social desse gênero;
  • produção de um texto que se adeque ao gênero bula de remédio.



fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26635

1 de agosto de 2012

Gênero - Regulamento

Modelo de Regulamento Interno de Condomínio   
Este regulamento integra para todos os fins os contratos de locação das unidades do Edifício (nome), fazendo regra para todos os moradores.
Art. 1º - Os apartamentos do Edifício (nome) possuem destinação exclusivamente residencial e familiar, sendo expressamente vedada sua utilização com fins comerciais e para realização de eventos de qualquer natureza que venham perturbar a tranquilidade dos demais moradores.
Art. 2º - É proibido o depósito ou a guarda de materiais explosivos, inflamáveis ou quais outros que representem risco aos moradores, em qualquer dependência do Edifício. Art. 3º - Os moradores deverão zelar pelo silêncio a partir das 22 horas até às 7 horas, sendo proibido falar em tom elevado, cantar, assobiar e utilizar instrumentos ou maquinários ruidosos de modo a perturbar o sossego dos moradores.
Art. 4º - É proibido:
a) bater tapetes, estender roupas, regar plantas, fazer despejos de lixo ou qualquer detrito em janela, parapeito ou lugares visíveis do logradouro público ou sobre as áreas do Edifício e nos passeios;
b) ter no apartamento animais domésticos, aves ou outros do gênero;
c) o estacionamento de pessoas estranhas ou empregados domésticos nos vestíbulos, corredores, escadas, portas e passeios do Edifício, devendo os empregados e fornecedores utilizarem unicamente a entrada de serviço e o elevador correspondente;
d) colocar cartazes, anúncios, letreiros, ou tabuletas em janelas, portas, paredes ou na fachada do Edifício ou em qualquer lugar visível do exterior do apartamento.
Art. 5º - O Edifício terá os portões abertos às 7 horas e fechados às 22 horas. (localidade), (dia) de (mês) de (ano). (assinatura) (nome do responsável) (cargo)
2-      Após a leitura do texto o professor propõe a discussão a partir das questões:
·         Para que serve esse texto?
·         Para quem esse texto é dirigido? Quem é o leitor principal?
·         O texto foi produzido por quem?
·         Como o texto está organizado?
·         Você saberia dizer o que são artigos?
·         Onde esse texto irá circular?
·         Você concorda com as normas expostas no texto?
·         Você as cumpriria?
·         Existe alguma norma que você mudaria?
·         Você acha que essas normas serão importantes para a convivência social dos que moram nesse condomínio?
·         Que proibições são explicitadas no texto? Você concorda com essas proibições?
·         Em que outras situações você já encontrou um texto semelhante a esse?