Assessores técnico-pedagógicos de Língua Portuguesa

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida." John_Dewey



Caros professores, caso vocês tenham sugestões, ideias e atividades que queiram compartilhar com a rede, enviem para este email - linguaportuguesa.sv@gmail.com

Diretoria de Ensino Fundamental

Este é um espaço especialmente destinado para os professores de Língua Portuguesa, da rede Municipal de São Vicente, para que possamos compartilhar conhecimentos e refletir sobre nossa prática docente.

18 de abril de 2011

Gênero - Artigo de opinião



A ERA DO AUTOMÓVEL
(João do Rio, Vida vertiginosa)

E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriçava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em França. Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da rua da Passagem. O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaça que, ao vê-lo passar, várias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo de esnobismo, eram os precursores da era automobilística. Mas ninguém adivinhava essa era. Quem poderia pensar na influência futura do automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? Quem imaginaria velocidades enormes na carriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idêntico aos balanços e aos pôneis mansos? Ninguém! absolutamente ninguém.
- Ah! Um automóvel, aquela máquina que cheira mal?
- Pois viajei nele.
- Infeliz.
Para que ele se firmasse foi necessária a transfiguração da cidade. E a transfiguração se fez: ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automóveis. Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chofer é rei, é soberano, é tirano.

1. “Para que ele se firmasse foi necessária a transfiguração da cidade”; a forma INADEQUADA da reescritura desse segmento do texto é:
A. Foi necessária a transfiguração da cidade para que ele se firmasse;
B. Para que ele se firmasse a transfiguração da cidade foi necessária;
C. A transfiguração da cidade foi necessária para que ele se firmasse;
D. Necessitou-se da transfiguração da cidade para que ele se firmasse;
E. Foi necessário, para que ele se firmasse, a transfiguração da cidade.

2. A frase que NÃO demonstra uma visão negativa do automóvel é:
A. “O monstro transformador irrompeu, bufando...”;
B. “...eriçava o pedregulho contra o animal de lenda”;
C. “parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte”;
D. “rebentavam a máquina de encontro às árvores da Rua da Passagem”;
E. “aquela máquina que cheira mal?”.

3. “aspérrima educadora”; aqui temos uma forma erudita de superlativo do adjetivo “áspero”. O item abaixo que NÃO mostra uma forma superlativa é:
A. O automóvel é novo, novo, novo.
B. O automóvel é novo pra burro.
C. O automóvel foi bem rápido.
D. O automóvel é rapidão!
E. O automóvel teve novidades bastantes.

4. “O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha”; “Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora”. Os gerúndios sublinhados transmitem, respectivamente, idéias de:
A. modo e tempo;
B. tempo e causa;
C. causa e condição;
D. condição e meio;
E. meio e modo.

5. “aparências novas e novas aspirações”; a posição do adjetivo nesse segmento altera o seu significado. O mesmo pode ocorrer em:
A. cidade velha e velha cidade;
B. ruas esguias e esguias ruas;
C. lamentáveis corredores e corredores lamentáveis;
D. escandalosa atenção e atenção escandalosa;
E. morte imediata e imediata morte.
6. “Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida” apresenta uma antítese, ou seja, a presença de palavras de sentido oposto. O mesmo ocorre em:
A. “O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga”;
B. “e triunfal e desabrido o automóvel entrou”;
C. “o chofer é rei, é soberano, é tirano”;
D. “Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram”;
E. “A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo”.

7. “guarda-chuva” faz o plural da mesma forma que:
A. guarda-pó;
B. guarda-civil;
C. guarda-noturno;
D. guarda-costas;
E. guarda-livros.
8. “rebentavam a máquina de encontro às árvores”; a forma dessa mesma frase que ALTERA o seu sentido original é:
A. de encontro às arvores rebentavam a máquina;
B. rebentavam a máquina ao encontro das árvores;
C. a máquina era rebentada de encontro às árvores;
D. de encontro às árvores a máquina era rebentada;
E. rebentavam, de encontro às árvores, a máquina.

9. Os dois automóveis são citados no primeiro parágrafo do texto para:
A. mostrar a diferença entre os automóveis antigos e os modernos;
B. indicar a presença marcante do automóvel desde seu aparecimento;
C. demonstrar que o automóvel triunfou graças à imprensa;
D. revelar a pouca expectativa de futuro para o automóvel;
E. destacar as mudanças provocadas por eles no cenário urbano.

10. O autor do texto cita que “os impostos aduaneiros caíram” para indicar que:
A. os automóveis passaram a custar mais barato;
B. as pessoas deixaram de viajar de navio;
C. muitos automóveis chegavam aos portos;
D. não se cobravam impostos sobre automóveis;
E. o Brasil aboliu os impostos alfandegários.
GABARITO.
1: E. 2: D. 3: E. 4: A. 5: A. 6: D. 7: A. 8: B. 9: D. 10: A.

11 de abril de 2011

Gênero - Cartaz


1) (ENEM/2009) Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campanha institucional incluem:

A) o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
B) o uso de orações subordinadas condicionais e temporais.
C) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso do imperativo.
D) a construção de figuras metafóricas e o uso de repetição.
E) o fornecimento de número de telefone gratuito para contato.

RESPOSTA: "C". Questão que traz, implicitamente, o conteúdo de funções da linguagem. Todo texto publicitário se apóia no convencimento ao receptor/ouvinte/leitor para defender uma idéia, um produto ou fazer mudar de opinião. O uso dos elementos "você" e "sua", além do emprego do imperativo, caracteriza FUNÇÃO CONATIVA DA LINGUAGEM.



7 de abril de 2011

Errata no programa de ensino de Língua Portuguesa – 2011

6º ano
Acrescentar os seguintes gêneros nos três eixos (oralidade – leitura e escrita):
·         Romance de aventura
·         Conto popular
·         Mitos

7º ano
Acrescentar os seguintes gêneros nos três eixos (oralidade – leitura e escrita):
·         Notícia
·         Romance de aventura
·         Conto de terror, amor e social

8º ano
Acrescentar os seguintes gêneros nos três eixos (oralidade – leitura e escrita):
·         Notícia
·         Reportagem
·         Romance
·         Conto de terror, suspense e de aventura
·         Cordel

9º ano
Página 07 – Onde se lê a habilidade: “Identificar, na oração, o adjunto adnominal, o adjunto adverbal, o oposto ou o vocativo (conforme aparecerem nas orações).”, leia-se:
“Identificar, na oração, o adjunto adnominal, o adjunto adverbial, o aposto ou o vocativo (conforme aparecerem nas orações)”.

Acrescentar os seguintes gêneros nos três eixos (oralidade – leitura e escrita):
·         Notícia
·         Reportagem
·         Crônica
·         Romance
·         Cordel

4 de abril de 2011

Gênero - Folheto


01.  O folheto autoriza inferir-se que, ao usar aparelho celular enquanto dirige, o condutor do veículo
A) deve ter, além de coordenação motora, bastante controle emocional.
B) causa acidentes mais por inexperiência que por falta de precaução.
C) põe em risco tanto a segurança de motoristas quanto a de pedestres.
D) precisa redobrar sua atenção, principalmente em perímetros urbanos.

02. No folheto, constata-se uma ambigüidade intencional quanto ao emprego da palavra
A) ligação, que pode ser interpretada como combinação ou telefonema.
B) direção, que pode ser interpretada como volante ou orientação.
C) perigosa, que pode ser interpretada como arriscada ou deliberada.
D) celular, que pode ser interpretada como telefone ou tecnologia.

03.  No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem é
A) a objetividade da informação transmitida.
B) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
C) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem.
D) o emprego do verbo no modo imperativo.

1) RESPOSTA: "C". Trata-se de texto com elementos verbais e não-verbais. Neste caso, para responder corretamente, o aluno recorre a seus conhecimentos prévios sobre o tema e ao que está contido no folheto. Há vários indícios do risco de acidentes quando os motoristas falam ao celular, no trânsito. Simples de responder.

2) RESPOSTA: "A". Ambigüidade ocorre quando se tem dupla possibilidade de interpretação. Nas alternativas apresentadas, poderia haver ambigüidade, pelos sentidos deduzidos. Mas, conforme o texto, a palavra LIGAÇÃO indica tanto COMBINAÇÃO/JUNÇÃO quanto TELEFONEMA. Questão, da mesma forma da anterior, com simples resolução.
 3
) RESPOSTA: "D". Questão com conteúdo de FUNÇÕES DA LINGUAGEM. Têm ocorrido em diversos vestibulares. Em todo texto publicitário, a tentativa de persuasão e busca à adesão do receptor é característica marcante, pois é a ele que a mensagem se direciona. Neste caso, há FUNÇÃO CONATIVA DA LINGUAGEM e o emprego dos verbos no IMPERATIVO é condição essencial para que a intenção do autor seja confirmada.