Assessores técnico-pedagógicos de Língua Portuguesa

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida." John_Dewey



Caros professores, caso vocês tenham sugestões, ideias e atividades que queiram compartilhar com a rede, enviem para este email - linguaportuguesa.sv@gmail.com

Diretoria de Ensino Fundamental

Este é um espaço especialmente destinado para os professores de Língua Portuguesa, da rede Municipal de São Vicente, para que possamos compartilhar conhecimentos e refletir sobre nossa prática docente.

28 de março de 2011

Sequência Didática - Crônica - parte VI


Grade de avaliação – crônica
Professor: depois da leitura dos textos, cabe a você ler e avaliar a cada um tomando por base esta grade de avaliação, a mesma utilizada pelos alunos. O professor tem total liberdade para definir o quadro de pontuação de cada item a ser avaliado.

  1. Gênero de texto: crônica
  2. Objetivo: elaborar uma crônica, gênero que mescla texto literário e jornalístico.
  3. Tema: produzir uma crônica com base em uma imagem tirada do cotidiano.
  4. Contexto:
·         Autor/enunciador: aluno de 8º ano.
·         Destinatário: colegas, professor, supostamente, leitores de um jornal do bairro.
·         Objetivo: criar uma crônica sobre o tema proposto.
·         Suporte: folha de redação e, posteriormente, jornal.
Avaliando o texto produzido:

Conteúdo
(    ) Você criou uma crônica coerente com a proposta de produção?
(    ) Desenvolveu o tema proposto?
(    ) O título combinou com o texto?
(    ) Foi introduzido um fato do cotidiano, um flagrante do dia-a-dia?
(    ) Você criou uma narrativa? Há personagens, fato, tempo, espaço e narrador?
(    ) Seu texto tem humor, ironia e/ou crítica?

      Organização (layout)
(    ) O título está centralizado?
(    ) Aparece o nome do enunciador?
(    ) O texto está dinâmico e breve?
(    ) O texto está escrito em parágrafos, as linhas são ocupadas de uma margem a outra?
Coerência e coesão
(    ) Há continuidade de sentidos em seu texto?
(  ) Você repetiu palavras ou usou pronomes, sinônimos, advérbios para retomá-las em seu texto?
(   ) Repetiu palavras como daí, então, aí para articular as frases entre si? Ou usou outros recursos para estabelecer relações entre as frases e parágrafos, tais como conjunções e pronomes?



Marcas linguísticas e enunciativas
(  ) Empregou expressões que marcam a presença do narrador, e, portanto, seus sentimentos, suas opiniões?
(   ) Empregou modos e tempos verbais adequados aos relatos de fatos passados pontuais e ao relato dos fatos no momento da narrativa?

Aspectos formais
(    ) Usou linguagem formal ou informal, ajustada à situação?


















Apanhado das crônicas

Preencha o quadro sobre os textos lidos para ter uma visão geral:

Título e autor
Tema e cenário
Situação retratada
Tom do texto e foco narrativo
Destinatário
possível


















































Professor: o quadro acima pretende mostrar ao aluno que a crônica pode abordar vários temas e cenários, mas a maioria vinculado ao cotidiano. Visa a mostrar também que o gênero crônica pode assumir diferentes tons de narrativa.

Quadro-síntese do gênero

A fim de reunir e esquematizar todo o estudo feito sobre o gênero crônica, considere as afirmações do quadro dizendo sim ou não e justificando o não, tome por base todos os textos lidos até agora. Ao terminar o quadro, você terá uma noção organizada do gênero:

Sobre o gênero
Sim
Não
Justificativa
É breve.
X


Confunde-se com a notícia.


X
A crônica é um gênero híbrido: literário e jornalístico. Do jornal só herda a relação com o tempo atual.
Tece comentários e reflexões sobre flagrantes do dia-a-dia.


X


Relata apenas fatos históricos.



X
A Crônica do dia-a-dia não tem compromisso com o fato histórico. Pode ocorrer que um fato histórico dê origem a uma crônica, mas não será seu relato o tema da crônica.
Registra um fato datado.
    
X


É um gênero jornalístico, portanto seu suporte pode ser apenas revistas e jornais.



X
É um gênero jornalístico e literário, por isso pode aparecer em jornais, revistas e livros também.
A linguagem utilizada deve respeitar a norma culta da língua.






X
A crônica não se vale de um vocabulário sofisticado, ela tem na simplicidade seu maior aliado. O vocabulário empregado é de âmbito coloquial.
Apresenta uma visão pessoal do assunto escolhido.

X


Precisa ter foco narrativo, espaço,  personagens, tempo,
enredo.


X


Tem de ter humor e exagero.


X
Nem sempre a crônica terá humor e, aliado a ele, o exagero. Em vez disso, pode se valer da ironia e da crítica fina.


A fim de definir o que são crônicas, complete o quadro a seguir, usando as palavras abaixo:



Comum           dia-a-dia         momentâneo               real

 
 





     As crônicas são textos produzidos a partir de um fato real , aparentemente sem importância, ocorrido no dia-a-dia.
     Ao escreverem uma crônica, os autores dão um enfoque diferente, novo, inusitado, a um fato, a uma conversa fiada, a pequenos sentimentos, eternizando o que até então era comum e momentâneo.

21 de março de 2011

Sequência Didática - Crônica - parte V


PRODUÇÃO FINAL

Professor: a produção final tem por objetivo verificar se seus alunos, por meio dos exercícios e das conversas, conseguiram apreender as características essenciais do gênero crônica e se desenvolveram técnicas de narração. Esse é um momento único, em que você se coloca em posição privilegiada para analisar o seu trabalho e o crescimento de sua turma.

Como foi visto nas crônicas lidas, as coisas mais banais do cotidiano são assunto para uma crônica. Então escolha situações do seu dia-a-dia, fotografe-as, separe uma imagem em especial e construa uma crônica com base nela. Depois a classe escolherá as melhores crônicas para serem enviadas à publicação de um jornal do bairro, também escolhido pela classe.

1ª etapa: preparação para a crônica
Saia a campo em busca de situações inusitadas, fatos interessantes, pessoas diferentes, acontecimentos dentro de casa, na rua, na escola, na condução; enfim, flagrantes do dia-a-dia que deem uma boa foto e assunto para uma crônica ainda melhor.
A imagem escolhida será o ponto de partida para a produção de sua crônica.
Adaptação: os alunos que não tiverem câmera fotográfica ou disponibilidade para a impressão da foto, podem recolher imagens de revista ou jornal.

2ª etapa: desenvolvendo um esquema
No dia marcado, você levará as imagens para a sala de aula. Pense em como trazer a vida retratada na foto para a crônica. Faça um esquema da crônica que irá escrever.
Exemplo de esquema:

- Narrador-observador ou narrador-personagem?
- Quem serão as personagens?
- Tom da narrativa: humorístico, irônico, crítico, lírico?
- Como será o enredo?
- Qual será o espaço?
- Em que tempo acontecerá?
- Como será o desfecho?

3ª etapa: a crônica, primeira versão
Agora que a crônica já foi planejada, mãos à obra. Use o tempo determinado pelo professor para produzir o texto com base no esquema feito anteriormente.

4ª etapa: produção final ou obra-prima
Este é o momento de analisar seu próprio texto, tomando por base a grade de avaliação, por meio dela, você poderá verificar os pontos positivos e negativos de seu texto e fazer as adaptações finais. É melhor que você corrija o texto antes do professor.

5ª etapa: leitura dos textos
Com os textos prontos, a sala se sentará em círculo e cada aluno mostrará sua foto e lerá seu texto para a classe. Nessa dinâmica, serão escolhidos os melhores textos ou, quem sabe, todos sejam selecionados para serem enviados para publicação.

14 de março de 2011

Sequência Didática - Crônica - parte IV



Atividade “terceira capacidade (outras características)”

A crônica e o humor

O humor está bastante presente nas crônicas. Afinal, no meio de tantas notícias sérias [e às vezes preocupantes] da economia, da política, o leitor precisa de um “descanso”, de uns minutos de distração e descontração.
O humor da crônica não é aquele que provoca uma gargalhada, como se o leitor estivesse diante de uma piada ou de um chiste. O humor da crônica é mais refinado, é aquele que provoca apenas um breve sorriso.


1) Vamos dar uma pausa para que você retome algumas passagens humorísticas do texto. Localize, nos parágrafos indicados a seguir, frases ou expressões engraçadas.

a) Parágrafo 4
“Sair do meu Brasilzinho tão bom, fazer uma viagem imensa, para ser trucidado sem explicação por um bêbado.”

b) Parágrafo 5
“...o gigante estava a pensar: primeiro, que não conseguira vaga no hotel por ser sueco e estar embriagado; segundo, que nós conseguíramos por ser americanos, norte- americanos.”

“Só mesmo um sueco bêbado em uma madrugada de neve e vento iria supor que fôssemos americanos.”

   2) Vamos praticar o humor. Crie uma frase, utilizando o humor, para cada situação a seguir:

a)      Um professor pede silêncio à classe agitada e barulhenta:
Exemplo: “Oba! Resolvi lançar um concurso para ver quem fala mais alto nesta sala.”

b)      Um passageiro perde o último ônibus para voltar para casa, depois de um dia longo de trabalho:
Exemplo: “Puxa, que bom ter perdido o último ônibus, depois de um dia longo de trabalho, eu nem queria chegar em casa cedo mesmo.”


c)      Um homem que dormir, mas tem uma festa acontecendo no apartamento de cima:
Exemplo: “Será que eu poderia participar da festinha, não consigo dormir mesmo!”

7 de março de 2011

Sequência Didática - Crônica - parte III


MÓDULO 3

Linguagem na crônica
Professor: neste ponto do estudo sobre crônica, por meio de exercícios práticos, os alunos poderão perceber como é a linguagem no gênero crônica. O texto Uma esperança apresenta um vocabulário misto, ora coloquial, ora sofisticado. Sendo assim, propicia um estudo diversificado, passando pela linguagem coloquial, uso dos tempos verbais, polissemia, sinônimos.
Leia o seguinte texto de Clarice Lispector:

Uma esperança

Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:
Uma esperança! e na parede bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça, numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser.
Ela quase não tem corpo, queixei-me.
Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
Ela é burrinha, comentou o menino.
Sei disso, respondi um pouco trágica.
Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
Sei, é assim mesmo.
Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
Sei, continuei mais infeliz ainda.
Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo do fogo do lar para que não apagasse.
Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.
Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:
É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
Mas ela vai esmigalhar a esperança!, respondeu o menino com ferocidade.
Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.
O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.
Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.
Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

In: Clarice Lispector. Felicidade candestina. 6.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.

     













Responda às questões:

  1. Destaque exemplos de emprego da linguagem coloquial no texto.
“Ah não”, “comível”, “oh Deus”, “esqueletinho”, não me lembro mais o que aconteceu ( em vez de “do que aconteceu”).

  1. Identifique os diminutivos no texto e justifique seu emprego. Dê uma explicação possível para alguns deles não seguirem a regra de composição de diminutivo.
“Burrinha”: o adjetivo aparece no diminutivo a fim de amenizar a ofensa.
“Esqueletinho”: o substantivo aparece no diminutivo para demonstrar a fragilidade do inseto. De acordo com a norma culta da língua, o diminutivo de esqueleto é esqueletozinho, porém no texto a norma é contrariada para dar tom de coloquialidade.

  1. Identifique o tempo e o modo verbal das formas destacadas e justifique seu emprego:
a)      Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer.”
Estava: pretérito imperfeito do indicativo, ouviu e riu: pretérito perfeito do indicativo. Indicam ações que já passaram.
b)      Ela quase não tem corpo...”
Tem: presente do indicativo. É a ação no momento em que acontece, trata-se da fala de uma personagem no momento da enunciação.
c)      E, acho que não aconteceu nada.”
Acho: presente do indicativo, a fala corresponde ao momento da enunciação. Aconteceu: pretérito perfeito, refere-se ao que aconteceu no passado.



  1. Reescreva as frases, substituindo as palavras em destaque por sinônimos escolhidos no quadro abaixo:






a) “Aqui em casa pousou uma esperança.”
Pouso= baixou, desceu.

b) “Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre.”
Clássica= habitual, tradicional; verifica-se ilusória= comprova-se ( revela-se ) enganosa ( falsa ); sustente= ampare, apoie, sustenha.
c) “Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser.”
Indubitável= evidente, incontestável.
d) “Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho.”
Renitente= obstinada, teimosa; retroceder= recuar.
e) “Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.”
Hesita= titubeia, vacila.
 f) “Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar.”
Transladar-se= deslocar-se, movimentar-se

  1. Na crônica, Clarice Lispector faz um jogo ( um trocadilho ) com a palavra esperança, que pode ser:
I. o substantivo concreto que nomeia um pequeno inseto;
II. o substantivo abstrato que nomeia um sentimento humano;
III. um substantivo de significado ambíguo: pode referir-se ao inseto e ao sentimento.




Indique o significado da palavra esperança, ou do pronome que a substitui (ela), em cada uma das frases abaixo, escrevendo nos parênteses I, II e III:

a) “Uma esperança! e na parede bem em cima de sua cadeira!” (  I  )
b) “Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça, numa parede.” ( II )
c) “...lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser.” ( I )
d) “Ela quase não tem corpo...” ( I )
e) “Ela só tem alma...” ( III )
f) “Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.” ( III )
g) “Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta pousara no meu braço.”
( I )

Hipérbole
Professor: ao iniciar o estudo de hipérbole, esclareça aos alunos que este é um recurso utilizado em crônica, mas não é essencial ao gênero. Geralmente a hipérbole está associada ao humor e haverá crônicas em que o exagero não será bem-vindo, vai depender da intenção do autor.
1. Baseando-se no texto A cadeira do dentista de Carlos Eduardo Novaes, preencha o quadro a seguir com os exageros que o narrador criou para cada item:

Item
Hipérbole / exagero
Quando o dentista informou o preço.
“A dor transferiu-se do dente para o bolso.”
Comentário feito pelo narrador ao dentista, após saber o preço.
“Não quero uma dentadura em ouro com incrustações em rubis e esmeraldas...”
Pergunta do narrador ao dentista, após saber o preço do canal.
“O senhor não estará confundindo o meu canal com o do Panamá?”
Quando compara a cadeira de dentista a um “pau-de-arara”.
“Para mim não faz diferença um “pau-de- arara” ou uma cadeira de dentista: é tudo instrumento de tortura.”
Ao dizer que já não tinha dentes do lado esquerdo da boca.
“Os dentes do lado esquerdo já tinham se transformado em meros figurantes dentro da boca.”
Quando a enfermeira o convoca na sala de espera.
“Acompanhei-a, após o sinal-da-cruz...”
O dentista pede que ele abra a boca e o narrador diz como se sente.
“Numa cadeira de dentista sinto-me tão frágil quanto um recruta diante do sargento do batalhão.”
Explica porque os dentistas são tipos curiosos.
“Enchem a boca da gente de algodão, plástico, secadores, ferros e depois desandam a fazer perguntas.”

Que efeito o emprego de hipérboles produz no texto?
As hipérboles construídas pelo autor, engraçadas e irreverentes, são responsáveis pelo tom humorístico do texto.

2. Uma das formas de construir uma hipérbole é fazer uma comparação, como a que existe no texto: Numa cadeira de dentista sinto-me tão frágil quanto um recruta diante do sargento do batalhão.

Complete as frases a seguir fazendo uma comparação exagerada.
Professor: as respostas abaixo são sugestões.
a) Apesar de não concordar, a aluna ficou quieta como uma sala em dia de prova.
b) Desesperada porque o vestido não entrava mais em seu corpo, a mãe chorava como um bebê que mama há séculos.
c) Torturada pela dor abdominal, a mulher se contorcia como uma minhoca no anzol.
d) A piada era tão engraçada que ele ria como uma hiena.

3. Outro tipo de hipérbole consiste em usar uma gradação como esta: Permaneci segurando seu pulso. Ele apoiou o joelho no meu baixo ventre... Ele subiu em cima de mim.


Construa o mesmo tipo de gradação nas frases propostas:
Professor: as respostas abaixo são sugestões.

a) Diante de mais um problema, a irritação de mamãe se transformou em ódio mortal.
b) Aquilo já não era bagunça, era um verdadeiro caos.
c) Ele começou rindo baixinho, mas depois virou uma gargalhada estrondosa.
d) Aos seus olhos ela não era apenas uma garota bonita, era uma deusa do Olimpo.

4. Grife no texto A cadeira do dentista, a partir do parágrafo “E eu vou impedir a anestesia” até o último parágrafo da crônica todas as hipérboles que aparecerem. Dê uma explicação para o uso desse recurso com tanta frequência nessa parte do texto.
Na verdade, todo o texto pode ser grifado já que há exagero em todos os parágrafos daí até o final. Uma explicação para isso seria, por se tratar do clímax e do desfecho da história, esse recurso de hipérbole por gradação, prende a atenção do leitor, que cria uma expectativa sobre a narrativa e tenta imaginar até que ponto podem chegar as personagens.

5. Para fazer a síntese sobre o estudo de hipérbole, preencha as lacunas:






Hipérbole é um recurso de linguagem usado quando se pretende exagerar as situações, os fatos ou os atos. Geralmente a hipérbole é responsável pelo tom humorístico do texto e para consegui-la, o autor pode usar a comparação ou a gradação exagerada.



6. Coesão
 Esta atividade terá como objetivo refletir e analisar a coesão e terá como início reconhecer o conhecimento prévio dos alunos quanto a esse conhecimento. Portanto, é interessante iniciar pela discussão oral:
a) Você sabe o que é coesão?
b) Como podemos reconhecer esse recurso em uma crônica?

A seguir, entregar aos alunos uma crônica de Stanislaw Ponte Preta dividida em trechos. Leia-os e discuta com seu grupo, qual deve ser a ordem adequada para dar coesão aos trechos. Em seguida, recorte e cole conforme as conclusões do grupo.

7) A crônica a seguir é de Stanislaw Ponte Preta dividida em trechos. Leia-os e discuta com seu grupo, qual deve ser a ordem adequada para dar coesão aos trechos. Em seguida, recorte e cole conforme as conclusões do grupo.

Prova falsa
Stanislaw Ponte Preta


          Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior.          Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.
           - Aí mandaram o cachorro embora? – perguntei.
             Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.

            -  Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova residência.
            - Ué... mas você não o detestava? Como é que ainda arranjou essa sopa pra ele?
            - Problema de consciência – explicou: - O pipi não era dele.
            - E suspirou cheio de remorso.

            Quem teve a idéia foi o padrinho da caçula – ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.
             - Mas o cachorro era um chato – desabafou.
            - Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o “pobrezinho”.
            Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casemira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para locais incríveis. A vida lá em casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.

           Desses cachorrinhos de raça, cheio de nhém-nhém-nhém, que  comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.
            - Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas, quando eu entrava em casa, vinha logo com aquele latido fininho e antipático de cachorro  de francesa.

(In: Histórias divertidas. Para gostar de ler- 13. 11ª. Ed. São Paulo, Ática. 2009, p. 63-4)

4. Leia a seguir um trecho da crônica Dona Leonor, de Luís Fernando Veríssimo.
Professor, os exercícios abaixo poderão ser respondidos oralmente para socializar as respostas.
         “O marido achou melhor não dizer nada. Nunca vira dona Leonor assim. Talvez fosse melhor chamar um médico. Abriu a geladeira à procura de uma cerveja. Dona Leonor postou-se ao lado da geladeira e abriu ainda mais a porta. Parecia estar se dirigindo a uma plateia invisível.
         - Minha família não para de vir aqui. É o ponto de encontro da nossa casa. E todos encontraram tudo o que procuravam na nova Supergel Espacial, agora com prateleiras superdimensionadas e gavetas em vidro-glass. Supergel Espacial, a cabetudo.
         Pai e filhos reuniram-se para uma conferência secreta. O que estava acontecendo com dona Leonor?”

4.1. Em família, o comportamento de dona Leonor causava estranhamento, Considerando a fala dela no trecho, em que situação isso seria coerente? Explique sua resposta.
Num anúncio de TV, pois sua fala com o marido gira em torno da divulgação de produtos.

4.2. Escreva a relação de sentido estabelecida pelas palavras destacadas.
Talvez: dúvida
Ainda mais: intensidade
Agora:  reforça a mudança no novo modelo de geladeira

4.3. No trecho da crônica a seguir, foram suprimidas algumas palavras. Observe os sentidos entre parênteses e complete os espaços.
         - Ele não sabe, mas (oposição) os lençóis são da nova linha Passional da Santex. Bons lençóis para maus pensamentos. Passional da Santex. agora (tempo), tudo pode acontecer.
         Dona Leonor abraçou o marido. Ele recebeu os carinhos da mulher com apreensão (adição) surpresa.

   
5). Encontre no caça-palavras, palavras ou expressões que o autor empregou para referir-se ao personagem da crônica “
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6) Discuta com seus colegas: Os termos encontrados no diagrama expressam opiniões das personagens?
7) Como poderíamos justificar a escolha lexical empregada para representar o elemento central do texto?